
Pesquisadores falam sobre o impacto da ciência na sociedade
Há muito tempo se discute da importância de aproximar a ciência da sociedade. “O cidadão comum não quer saber de produção de papers. Ele quer saber como a pesquisa irá contribuir para o seu bem estar”, já disse o físico João Alziro Herz da Jornada, ex-presidente do Inmetro, em conferência na 68ª RA da SBPC para o Jornal da Ciência.
Para Vanderlan Bolzani, Vice-presidente da SBPC, é urgente que a ciência se aproxime da população. No Seminário desafios da pós-graduação, organizado pela ANPG, em novembro do ano passado, a cientista afirmou: “A junção do Ministério da Cultura foi revertido e não conseguimos o mesmo com o MCTI. A maioria da sociedade brasileira não sabe para que ele serve, não sabe para que serve a pós-graduação. E isso vem de uma pesquisa da opinião pública. Enquanto não tivermos uma sociedade atenta a achar que a ciência e a tecnologia é extremamente importante para o cotidiano de todo cidadão não temos como convencer governantes”.
Outro cientista de renome que também clama pela importância desta aproximação é Miguel Nicolélis, que já afirmou que a “Ciência precisa de um banho de povo”. Para ele, o distanciamento entre a ciência e o povo tem raízes na histórica desigualdade de acesso à educação, à universidade, aos cursos de maior prestígio social – que também são os mais concorridos, levando vantagem estudantes com mais bagagem educacional e cultural – é uma disputa no campo educacional, científico e político.
No 5º Salão Nacional de Divulgação Científica da ANPG, que acontece entre os dias 16 a 22 de julho em Belo Horizonte, na UFMG, o tema será “OS IMPACTOS DA CIÊNCIA NA SOCIEDADE” e pretende convidar todos os pós-graduandos a pensar em maneiras de aproximar a sociedade da ciência. “Nossa mostra espera trabalhos que realmente impactem no dia-a-dia dos cidadões. As inscrições estão abertas até o dia 01 de maio de 2016”, convidou Gabriel Nascimento, secretário-geral da ANPG.